segunda-feira, 12 de outubro de 2009

White Stripes - Seven Nation Army

To hell and back again!

Nada de ir inferno, mas não resisti cantar o refrão trüe do Saxon. XD
Pelo contrário, foi um fim de semana interessante. Apesar de poder ter sido diferente e mais aproveitado.

Começou na sexta, com aquela excitação toda de meldels dois feriados pra morcegar, procrastinar e dormir até tarde (inclusive várias outras formas de preguiça). UEL só fui pra renovar o livro que eu tava lendo (e que devo relatar a história dele em breve), dar um toque pros meus amigos e ir pro shopis a fim de ver um filminho. Munido de minha célebre "valise" cheia de materiais pro fim de semana (Não, não carrego armas de curto calibre, heroína e nem maços de dinheiro pra lavar, como já me perguntaram, afinal dificilmente eu me separo dela. Quem me conhece sabe.) peguei bus e fui.
Como ainda me restava uma hora até a pessoa com quem marquei aparecer no cine, deu tempo de bater canela pelos corredores labirínticos do Catuaí (digo labirínticos porque é o unico lugar onde nunca consegui me localizar, mesmo com minha mente GPS parece que tem um campo eletromagnético na região que bagunça minha mente analógica). Ver as coisas sem querer ver o preço, eu naquele lugar sou assim, como mais tarde eu vou relatar, é a melhor coisa a fazer.
Depois de ter meu coração esfaqueado várias vezes vendo coisas que eu PRECISO a preços exorbitantes, fui pra um lugar mais neutro pra mim: a frente do cine. Me sentei, contemplei as pessoas e abri minha "valise".

O item que retirei foi o livro que eu tava lendo: Os Sobreviventes. Li umas 40 páginas.
To lendo esse livro faz uma semana. Uma resenha? Ok, ok.

Eu vi esse livro na prateleira da "ficção americana" na BC da UEL e algo me disse pra pegar ele, eu já conhecia a história?
Obedeci a minha consciência, pensei qualquer coisa e folheei o bicho. É um livro meio antigo (a lombada tá se soltando e ele tem uma capa dura com textura tosca) e não tem as formidáveis "orelhas" que contém aqueles resuminhos que fazem vc se interessar de primeira pelo livro. Tive que apelar pro prefácio. E minhas suspeitas se concretizaram.
Já vi a um tempo atrás um filme chamado "Vivos" em que um acidente de avião nos Andes fazia com que uma equipe de rugbi do Uruguai passasse por extremos que iam de enfrentar temperaturas de 20º negativos a ter que se alimentar dos mortos para sobreviver. Sim, o filme é forte, mas nada comparado aos detalhes das 295 páginas do livro. Hehehe.
Basicamente o livro conta TUDO o que eles passaram, desde momentos antes da viagem (precedidos de uma introdução a história do Uruguai e da inclusão do rugbi nos esportes nacionais, rivalizando com o futebol) e do porquê da viagem do time ao Chile. Coisas que o filme omitiu, por ser... FILME.
Eles fretaram um avião ao Chile para disputar um jogo importante e como ia ficar muito caro só o time pagar a viagem, chamaram parentes, amigos e tudo mais para ir nessa com eles no Fairchild (o nome do avião). Nos Andes, uma tempestade mutcho loka faz o avião se despedaçar e perder a cauda e as asas, sobrando só o tronco do avião que ao invés de se espatifar numa rocha, cai num vale de neve e deixa uns 26 sobreviventes. A partir daí, é só sofrimento pra cuidar dos feridos, se arranjar em necessidades básicas e procurar uma forma de sair daquele ermo onde nem um passarinho passava voando. E nos dias seguintes os "náufragos" se vêem numa situação tão desesperadora que entram em um dilema: comer ou não comer os corpos dos mortos?
Essa questão, de longe é a que mais trouxe holofotes para a história (que esqueci de dizer, mas é o RELATO REAL de um acidente que aconteceu em 1973), afinal, todos os tripulantes eram cristãos católicos e se viam entre morrer e sobreviver quebrando um dos tabus mais fortes da sociedade: canibalismo. E aí? Comofas?
Simplesmente fas!
Durante os 70 dias em que estiveram presos na montanha, tiveram que superar a repugnância do ato e aguentar as pontas. E em detalhes contaram os diferentes sabores que as partes do corpo têm. Assada, por exemplo disseram que os musculos tem gosto de carne de boi,só que mais forte. Evitavam comer coisas como mãos e pés, que eram partes visualmente humanas, ao contrário do resto que nada tinha de diferente com um bife de açougue. Detalhe que todas as partes eles comiam cruas mesmo, porque fazer fogo era complicado e assim eles aproveitavam melhor as proteínas. Eu li e, claro, senti certo nojo dessa atitude (corajosa), mas deve-se entender que os instintos básicos são sobrepostos a dilemas morais, por serem mais antigos e latentes. Nem preciso ficar me perdendo em delongas explicando, certo?
Ao fim, eles organizam uma expedição a fim de encontrar uma rota de fuga eles mesmos, já que as buscas não acham eles. Outro ponto interessante do livro, é que ele é dividido em duas partes distintas: A narrativa dos "náufragos" e dos pais. No filme, tudo é concentrado no Fairchild, deixando a busca dos pais de fora. Mas no livro, uma boa parte mostra o desespero e esforços dos pais em fazer o governo de três países e vários órgãos saírem numa busca considerada perdida (até o padre voador foi abandonado depois uma semana de buscas... Tadinho). Acrescentou demais ao livro.
A expedição feita consegue chegar a um campo chileno onde encontra alguns boiadeiros que providenciam imediatamente contato com a civilização e assim salvam os doidos perdidos. Dos 26 que caíram na montanha, apenas 15 voltaram VIVOS. E ainda houve mais coisa, pois o filme só mostrou até onde eles foram resgatados e não o que aconteceu depois, o reencontro com as famílias e nem a coletiva (onde tiveram que confessar o que fizeram pra sobreviver nos Andes), muito menos o encerramento, na missa feita no local da queda.

Não terminei ele na entrada do cine, isso eu fiz na noite de sábado, pois depois de ler 3 capítulos inteiros, fechei o livro e guardei na minha "valise". Dois minutos após guardar, alguém me cutucou o ombro e me virei pra levar um beijo-surpresa. Bom.
Aí fomos ver um filme que, pelo cartaz eu não veria, mas li a sinopse e me interessou pacas: A Verdade Nua e Crua.
Hehehe, fazia tempos que eu não ria tanto num cinema. Pra falar a verdade, nunca tinha entrado num cinema pra ver uma comédia romântica, pois sempre achei muito morninhas pra excitar tanto quanto uma animação ou um filme de ação ou desastre. Mas ri, e ri muito com as trapalhadas da solteirona contra o anti-romântico.
E lá vai eu falar mais uma vez de uma obra. Foda-se.

Uma produtora de um programa matinal têm aquela fantasia de toda mulher pra achar o príncipe encantado e se torna uma solteira irremediável, porque não acha ninguém com a lista completa. Depois de ver um programa apresentado por um cara que despeja a "verdade nua e crua" em cima das mulheres (de que não existe homem perfeito, amor é lenda e tudo gira em torno de satisfação sexual) ela liga pro cara e é esmagada pelos argumentos dele.
No dia seguinte, adivinha quem é que vai começar a trabalhar com ela? :)
Os dois tem atritos constantes, mas ele começa a pegar a confiança dela pra conquistar um cara. E dá certo!
O problema é que ele se apaixona por ela e vê que a "verdade" nem sempre é a verdade verdadeira. O final, bem... É mais clichê do que novela das nove oito e nem vou comentar aqui. Mas gostei, apesar de fraquinho foi um ótimo "combo breaker" depois de tanto filme agitado e violento.

Nunca fiquei até depois das 11 no shopping, sexta foi o dia. E dá certa angústia de ver tantos corredores apagados e lojas fechadas num lugar sempre tão iluminado e cheio de pessoas. Estacionamento vazio...
Fui dormir na minha vó, que me recebeu nos dois dias seguintes.

No sábado, fui bater perna pelos centros de Londres a procura de alguns itens necessários. Um tênis novo e uma calça nova. Além disso, eu to a fim de arrumar um coturno. Um sapato mais resistente, pra aguentar o tranco de um cara que vive correndo pra lá e pra cá, parecendo um comercial do Discovery Channel de leões correndo atrás de gazelas na savana africana (segundo certas pessoas, é exatamente assim meu dia a dia). E claro, pra ir nos showzinhos de rock.
Uma idéia na cabeça, um almoço na barriga e vambora! Mas não antes de andar pelos sebos (prioridade, né?) descobrir LPs com capas bizarras e livros que vc só ouviu falar (e não pode comprar).
Fui ver nos lugares e achei os sapatos que eu queria, mas olha só como o destino ri da minha cara: Os itens que eu gostava, não tinha do meu número (é duro ter uma lancha 42/43) ou era CARO PADIABO!
Achei o coturno que eu queria. Uma "assault boot" linda de ver. Testei no meu pé do mostruário mesmo e nunca senti um calçado tão confortável. Sorri ao olhar no espelho: É ESSE!
Lembrei de ver o preço e ... um valor tão obsceno que tirei na hora, pois vai que até testar ele precisa pagar? 750 REAIS! Saí da loja tremendo de medo.
Acabei resolvendo procurar por Arapa mesmo, contradizendo o que eu falei naquela minha listinha de sintomas de "quase-londrinidade". Aqui eu vo achar.
Sábado a noite eu voltei para minha "base provisória", terminei de ler o livro e comecei a ler Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
Domingo, minha vó me disse que ela ia pra Arapa e ia ficar até segunda. Fiquei em Londrina, porque a japa me chamou pra ver outro filme, mas na casa dela. Daí passei o dia dormitando, lendo, vendo TV, jogando no cel (isso me trouxe problemas)... Sem Internet a vida é uma merda. Mas aguentei o tranco e esqueci de tudo.

De noite, fui ver um filme brasileiro que eu paguei pau. Ok, é aquela mesma história de prisão/sexo/violência, mas foi diferente. Estômago.
É o conto urbano de um nordestino chamado Raimundo Nonato que chega em São Paulo e começa a trabalhar explorado por um dono de bar, fritando coxinhas e pastéis. Os salgados fazem sucesso e o bar lota. Logo ele é descoberto pelo dono de um "Ristorante" e aprende mais requintes de culinária.
O que eu mais gostei foi a forma com que a história foi contada em duas partes. Enquanto a saga do crescimento de Nonato é contada, um "paralelo" dele na prisão que acontece muito depois é também incluído no meio. Alguma coisa ele fez, disso vc pode ter certeza. E relacionado ao que é contado do passado. Eu fiquei toda hora tentando entender o que foi que ele fez. Se ele quebrou a adega do dono, se ele se aproveitou do ristorante com a prostituta, se ele matou o dono... Mas logo tudo é desfeito. E o final... Rapaiz. É assustador.
Numa certa parte, as duas histórias se encontram. E quando tudo o que ele passou em liberdade é contado, a parte da prisão chega ao fim relatando o que ele vive no momento atual. Paguei pau.
E alguns requintes eu tbm aprendi... Angustura com rum, será que fica bom?
A companhia ajudou tbm a gostar do filme... ^^

Bem, o domingo foi dia de acordar as 5 da matina com granizo e dormir até meio dia, só sendo acordado pelos rojões e barulheira de carros. E pelo susto do horário, tinha que ir embora, afinal no dia seguinte é voltar pra realidade.
O ponto de bus era do lado da casa, mas tava demorando muito. Feriado, né? E o duro é que minha bateria do cel acabou e nem ligar mais meu cel tava ligando. O espertão aqui nem pra levar um carregador...
Do Sabará à UEL fui andando. Sem medo, sem pressa, sem cansar. Assoviando de Kill Bill ao tema da Escócia em meia hora cheguei ao ponto do Vega e batata: o Til passando. Se eu tivesse com qualquer outra pessoa, essa pessoa nem iria, parece que só eu mesmo não tenho preguiça =P
Daí pra minha cidade, nada de mais, exceto que descobri que em Rolândia tá rolando a Oktoberfest. Da rodoviária, fui explorar a cidade e descobri o lugar onde tá tendo. Semana que vem, Sr Shigure está CONVOCADO e quem mais quiser ir domingo pra curtir um sonzinho alemão vai tar massa. XD
Sério.

Assim termina meu fim de semana prolongado, comigo a uma hora na frente desse PC ouvindo de White Stripes a Rainbow e tomando um café com rum (comprei um litrão... É mais gostoso que eu pensava! YAAAARRRRR!)
Post grande, mas pra compensar a semanalidade de meus registros. Serviu? Tem que servir!

Pra comemorar do dia do pirata atrasado.

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