Tanta coisa pra contar. Hoje só vou narrar uma metáfora, do que aconteceu este fim de semana. Realmente é importante, talvez o acontecimento mais importante deste ano, um marco.
Havia em uma sala um cão e uma raposa dorminhocos em cima de um colchão fofinho.
Os dois viviam no mundo dos sonhos, sonhando a mesma coisa e de vez em quando acordando pra discutirem como transformar tudo aquilo em realidade. Durante um bom tempo eles sonharam um lindo sonho onde tudo era perfeito.
Mas... Aconteceu um dia de a raposa acordar. E ela não conseguiu mais voltar a dormir do lado do cão, que sonhava alto e não percebeu a raposa acordar.
Durante algum tempo ela tentou voltar a sonhar com ele. Mas não conseguia. Algo grave aconteceu... Rachaduras aconteceram.
Uma bela noite, o cão foi acordado pela raposa:
-Devo te contar algo: Não consigo mais sonhar aqui.
-Deite aqui do meu lado... Vo te fazer adormecer outra vez, prometo.
-Não dá. Não dá mesmo, acho que essa maciez toda
me deixou desconfortável. Sabe... Quero sair dessa sala.
-NÃO! Fique comigo... Nossos sonhos sempre foram lindos. Se vc ficar aqui vc...
-Por favor... Não me sinto mais confortável aqui. Acho que preciso ficar um pouco acordada, durante um tempo.
Dizendo isso ela saiu da sala, mas ficou na porta
-Volte!!! Eu preciso de vc pra voltar a sonhar!
Ela fechou devagar a porta:
-Não... Alguém vai aparecer pra sonhar com você... Alguém que goste de verdade dessa maciez.
E ele saiu da sala atrás dela, mas viu que ela havia sumido. Ele olhou para os lados, e depois para a porta.
Encostou-a e resolveu refletir.
Pensa que pensa... tomou uma decisão: iria atrás da raposa, para lhe cobrar explicações. Mas não antes de fechar cuidadosamente a porta da sala que lhe trazia lembranças alegres, que no momento, o faziam triste.
Fechada a porta, ele espera o melhor momento de ir atrás da raposa e olhar fundo em seus olhos, a fim de perguntar: PORQUE?
É pessoal... Esse foi o fim de 2 anos.
Este cão, nesse momento deseja apenas sucesso para a raposa fora da sala onde eles sonhavam. Não a odeia, mas também não a ama mais.
Apenas deseja que ela seja feliz com a decisão que tomou.
Adeus, Estela.
Update em 06/07/2008:
O cão após sair da porta resolveu dar um tempo pra ver se valia realmente a pena ir atrás dessa raposa estranha.
Foi à floresta e resolveu passear por entre as árvores e caçar. Afinal, estava com fome.
Distraindo-se com suas responsabilidades e necessidades, pouco a pouco sua vontade de perseguir a raposa sumiu.
Ele olhou pra porta entreaberta, olhou pro horizonte onde a danada fugiu e conversou consigo mesmo, coisa que não fazia a tempos.
Concluiu em seus pensamentos um FODA-SE bem grande.
Fechou a porta e seguiu em direção ao oriente.